“O bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o bem quando podemos é, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre”. (Céu e Inferno – Allan Kardec)
quarta-feira, 16 de março de 2011
Aliança da Ciência e da Religião
A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra, as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra coma verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra.
A incompatibilidade que se julgou existir entre essa duas ordens de idéias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.
São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados ; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-s uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo opor a irresistível lógica dos fatos.
A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem os movimentos dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovada pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé; vencido foi o materialismo. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. É toda uma revolução que nesse momento se opera e trabalha os espíritos.
Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela a sua plena realização, vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as conseqüências; acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é a lei de Deus.
Pinçado do livro: Evangelho segundo o Espiritismo (Allan Kardec)
Foto ilustrativa
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