“O bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o bem quando podemos é, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre”. (Céu e Inferno – Allan Kardec)
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Nascer na Terra, é para o Espírito, como morrer!
Que podem significar essas palavras: “Deixa aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos”? (S.Lucas, cap.IX, vv 59 e 60).
As considerações precedentes mostram, em primeiro lugar, que, nas circunstâncias em que foram proferidas, não podiam conter censura àquele que considerava um dever de piedade filial ir sepultar seu pai. Têm, no entanto, um sentido profundo,que só o conhecimento mais completo da vida espiritual podia tornar perceptível.
A vida espiritual é, com efeito, a verdadeira vida, é a vida normal do Espírito, sendo-lhe transitória e passageira a existência terrestre, espécie de morte, se comparada ao esplendor e à atividade da outra.
Dificilmente os homens em sua atual condição de evolução espiritual aceitarão que o paraíso não é aqui, bem como não aceitarão que essa vida que temos e somos tanto agarrados a ela, nada mais é que apenas uma forma do Espírito fazer uma reciclagem em suas impurezas.
O corpo não passa de simples vestimenta grosseira que temporariamente cobre o Espírito, verdadeiro grilhão que o prende à gleba terrena, do qual se sente ele feliz em libertar-se.
Em verificarmos essa verdade, espanta-nos o tanto que o homem investe em sua matéria aparente, como valoriza detalhes insignificantes, porquanto nada disso terá algum valor quando retornarmos à nossa verdadeira vida.
O respeito que aos mortos se consagra não é a matéria que o inspira; é, pela lembrança, o Espírito ausente quem o infunde. Ele é análogo àquele que se vota aos objetos que lhe pertenceram, que ele tocou e que as pessoas que lhe são afeiçoadas guardam como relíquias. Era isso o que aquele homem não podia por si mesmo compreender.
Seria muito assustador saber que a Terra poderia ser chamada de inferno? Sim, seria! Porém no tempo espiritual a incorporação em vida terrena, vista do ângulo de quem está naquele universo (o espiritual), é tão assustador quanto pensa aquele que desconhece o universo Divino.
Jesus lho ensina, dizendo: Não te preocupes com o corpo, pensa antes no Espírito; vai ensinar o reino de Deus; vai dizer aos homens que a pátria deles não é a Terra, mas o céu, porquanto somente lá transcorre a verdadeira vida.
“Para uma alma que vem do céu, o nascimento é uma morte”.
(Empédocles)
Texto pinçado do livro – O Evangelho segundo o Espiritismo (Allan Kardec) com detalhamento acrescentado pelo Blog.
Foto Ilustrativa
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