segunda-feira, 25 de julho de 2011

Perfeição física ou espiritual?

A natureza pródiga exigirá sempre o físico perfeito, quaisquer sintomas ou desajustes fora do conceito o descarte físico poderia e pode ocorrer, tal quais algumas tribos indígenas (suruuarrás e yanomamis) que eliminam o recém-nascido por razões culturalmente aceitas, principalmente por defeitos físicos, entretanto, no plano espiritual a exigência é apenas que o espírito direcione-se a luz, pois não é diferente dos demais, lá todos são iguais e somente ao incorporarem sujeitam-se a sua nova condição.

Outra situação peculiar que envolve a aceitação e compreensão de filhos especiais, são as separações de casais que ocorrem menos freqüentemente quando têm filhos com quaisquer síndromes ou deficiências unem-se por amor, outrossim, em alguns casos pode ocorrer que um dos cônjuges não tenha o suporte necessário para enfrentar tais situações.

A eterna luta pela conquista materiais, objetos, lugares e posições, na vida, no dia-a-dia e na escola, no trabalho, no esporte e no lazer, todos competem, são estimulados por pais e familiares, amigos e amigas, namoradas, enfim todos querem os filhos lindos e fortes, mesmo até não muito inteligentes, porém sempre abastados e socialmente bem posicionados. Esse é o modo de vida na Terra. A eterna luta para chegar na frente mesmo que sem qualidade, bondade, caridade e conhecimento.

Preocupação quanto à formação escolar e acadêmica sempre em primeiro lugar, nunca a formação moral e ética, como se essas não existissem e aquelas somente bastassem. A formação em busca de um futuro que nem eles mesmos sabem qual será, pois a continuar essa desenfreada busca pelo excessivo “ter” e não pelo viver, nos levará rapidamente a um final infeliz, pois o planeta Terra está se exaurindo em sua capacidade de renovação.

Convivências preconceituosas e intolerantes levam jovens de hoje, crianças sadias e “perfeitas” a agirem com agressividade e violência contra seus semelhantes, sejam eles, jovens ou velhos, apenas por diversão da “tribo bulling”. Essa postura tem raiz no seio da família, no lar, o exemplo dos pais que também travam suas batalhas para se bem postarem, estimulam a violência, fazendo-os crerem que agindo assim forjar-se-ão homens de personalidade fortes e futuros dominadores, para sobreviverem na selva que estão construindo.

Ter um filho especial, como dizem, é um premio que recebem àqueles que estão prontos, pois essas crianças especiais vêm a nós, não porque somos “fortes”, “casal escolhido”, “preparado para receber”, etc., e sim, por escolha própria em que determina a quem pertencerá e por que pertencerá, portanto, aqueles que não estão preparados não os terão. Escolhem-nos para nos ensinar a amar, para transformar-nos em pessoas melhores, para destruir preconceitos e intolerâncias, para nos fortalecer em nossas relações com todos.

A deficiência seja ela qual for, hoje é tratada pela medicina convencional, todavia, todas elas têm origem espiritual e, para nossos resgates, até a adoção é determinada por extremo ato de amor. Pais que têm filhos “sadios” jamais manterão uma relação de amor tão forte quanto os que têm um filho com qualquer deficiência, já que os primeiros sempre terão o foco principal direcionado para a matéria como já dissemos, enquanto os segundos direcionam sua luz mais ao amor, em dar e receber, principalmente pela convivência diária e constante, quase obrigatória em função das patologias que torna a vida uma gostosa rotina caridosa e gratificante em busca da sublimação de dar e receber.

Crianças que obrigatoriamente temos que cuidar, não como um peso, sim com a preocupação de não perder nenhum momento dos ensinamentos que tiraremos desse convívio, pois precisamos de todos eles para nos transformarmos em pessoas mais justas, e quando retornarmos ao encontro da Luz Divina, podermos sentir a doce ternura dos que aprenderam a viver com amor.

Foto ilustrativa

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