Se a riqueza houvesse de
constituir obstáculo absoluto à salvação dos que a possuem, conforme se poderia
inferir de certas palavras de Jesus, interpretadas segundo a letra e não
segundo o espírito, Deus, que a concede, teria posto nas mãos de alguns um instrumento de perdição, sem
apelação nenhuma, ideia que repugna à razão. Sem dúvida, pelos arrastamentos a
que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza
constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria.