O
homem não raramente é o obsessor de si mesmo; é o que assevera Kardec. Tal
coisa porém, poucos admitem. A grande maioria prefere lançar toda a culpa de
seus tormentos e aflições aos espíritos, livrando-se segundo julgam, maiores
responsabilidades. Kardec vai mais longe e explica: “Alguns estados doentios e
certas aberrações que se lançam a conta de uma causa oculta, derivam do
espírito do próprio indivíduo”.
Tais
pessoas estão ao nosso redor. São doentes da alma. Percorrem os consultórios
médicos em busca de diagnósticos impossíveis para a medicina terrena. São
obsessores de si mesmos, vivendo um passado do qual não conseguem fugir e,
portanto, comparecem aos consultórios, queixando-se dos mais diversos males,
para os quais não existem medicamentos eficazes.
Esses
são tipicamente portadores de auto-obsessão. São cultivadores de “moléstias
fantasmas”. Vivem voltados para si mesmos, preocupando-se em excesso com a própria
saúde (ou descuidando-se dela) descobrindo sintomas, dramatizando as ocorrências
mais corriqueiras do dia-a-dia, sofrendo por antecipação situações que jamais
chegarão a se realizar, flagelando-se com o ciúme, a inveja, o egoísmo, o
orgulho, o despotismo e transformando-se em doentes imaginários, vítimas de si próprios,
atormentados por si mesmos; esse estado mental abre campo para os desencarnados
menos felizes, que deles se aproveitam para se aproximarem, instalando-se, aí
sim, o desequilíbrio por obsessão.
Texto
: Manoel Philomeno de Miranda
Foto
Ilustrativa
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